A imagem da mão foi apropriada como suporte semiótico, para que registrasse através dos anos as transformações que o campo visual sofreu no trajeto histórico humano. As mãos, veículos da interferência do homem na realidade, que ao mesmo tempo que lideravam essa caminhada para erguer o campo visual, contribuíam para o avanço tecnológico que levaria esse campo a novas dimensões impensáveis.
Dando substância a essa problemática a artista faz uma apropriação descontextualizada das escritas de diferentes épocas relacionando-as como simples rastros. Do mesmo modo faz isso com os signos. POEMÃOS é trabalhado com os instrumentos da época em que é realizada a versão.
Em 1978 os meios utilizados foram a fotografia e o fotograma; em 1983 foi usada a colagem de cópias eletrostáticas como forma de expressão. Em 1995 foi introduzida a cópia eletrostática colorida. A partir de 1996, as versões começaram a ser elaboradas com recursos da computação gráfica.
POEMÃOS é um processo inacabado porque em permanente atualização. Ele mesmo deixando como rastro as suas versões anteriores, testemunho de um processo que somente se extinguirá com o ser humano.
Versão desenvolvida para a Bienal de Poesia Experimental realizada no México, outubro de 2008.
Autor: Neide Dias de Sa , Poeta visual, artista pesquisadora de linguagens. E-mail: neidsa @centroin.com.br / neidsa@gmail.com
Auxiliar Técnico: Miguel do Rosário, oleododiabo.blogspot.com